Os cromos que não vão ao Mundial
Ainda faltam alguns dias para o início do Campeonato do Mundo, transformado numa ampulheta que deixa escapar estrelas por entre os dedos.
Cromos em falta: 46, 67, 78, 104, 113, 114, 135, 186, 190, 196, 260, 264, 267, 268, 269, 325, 415, 417, 500, 502, 504, 540, 549, 554, 572, 618... Lançar a caderneta oficial de um Campeonato do Mundo a semanas de distância do pontapé de saída significa rasgar carteiras e colar autocolantes de uma série de jogadores que nem sequer estarão na África do Sul. Tarefa ingrata a da Panini (a editora da dita caderneta). Para a posteridade,fica mais uma colecção que não tem uma bola de cristal, que não adivinha quem pendurará as chuteiras, quem rebentará com a escala da balança lá de casa, quem andará com más companhias, quem não fará parte da lista de amigos Facebook de Diego Armando Maradona ou quem contrairá o vírus unglück (azar) na Alemanha.
Ainda faltam algumas dias para o início de tudo. E nada garante que não tenhamos que arrancar mais alguns cromos aparentemente bem colados. Nos últimos dias, soltou-se o cromo de Rio Ferdinand (n.º 186), cuja lesão no joelho esquerdo fez cair outro capitão inglês (o "escandaloso" John Terry foi o primeiro), descolou-se o do nigeriano Obi Mikel (n.º 135), também com problemas num joelho, e perdeu força a cola que segurava Didier Drogba (n.º 542), Andrea Pilro (n.º 422) e Arjen Robben (n.º 348), trio supostamente recuperável.
Por muitas voltas que se dê à caderneta, o plano das páginas 30 e 31 será sempre o menos fiel à realidade deste Mundial - e Joachim Löw o menos afortunado dos seleccionadores. Semana após semana, Löw, natural de Schönau, na Floresta Negra, foi riscando a vermelho nomes da sua lista. Ao contrário de muitos outros seleccionadores, o alemão não deu más notícias a quase ninguém (tirando talvez Kevin Kuranyi e Torsten Frings). Recebeu-as. A conta-gotas.
Kevin-Prince Boateng. Durante muito tempo, os adeptos alemães não esquecerão o nome do jogador do Portsmouth que atirou para a enfermaria Michael Ballack, médio do Chelsea, capitão e estrela alemã. Aconteceu na final da Taça de Inglaterra, jogo que encerrou a temporada em Inglaterra. Foi protagonizado por dois jogadores alemães. E só um deles vai ao Mundial: Ballack, 98 internacionalizações, tão cedo não poderá atingir a centésima; Boateng, origens ganesas, será adversário da Mannschaft no Grupo D...
Frustrado com o estado do tornozelo direito de Ballack (cromo número 268), Löw terá ainda que lidar com as ausências forçadas do defesa Heiko Westermann (n.º 264), do médio Simon Rolfes (n.º 267) e principalmente de Rene Adler (n.º 260), potencial titular da baliza alemã, isto para não falar da última vítima, Thomas Hitzlsperger (n.º 269), um dos poucos que perderam a vaga sem andar de muletas (não atingiu os mínimos ao serviço da Lazio).
Entre as faltas de comparência no Mundial, muito poucos gozarão de um estatuto equivalente ao de Ballack nas respectivas selecções. Um deles é certamente Essien (curiosamente também é Michael, também é jogador do Chelsea, também disputaria o Grupo D e também ficará de fora devido a lesão), o mais influente ao serviço da selecção do Gana. "Privados do seu líder, os meus jogadores deverão ser mais inteligentes, mais combativos, deverão estar a 200 por cento", disse o seleccionador Milovan Rajevac.
O mesmo poderia dizer-se de David Beckham, que há pouco tempo foi apresentado ao seu tendão de Aquiles, mas a verdade é que a recente lesão do jogador" dificilmente será sentida nos relvados deste Mundial, onde provavelmente Fabio Capello já esperaria mais de "Becks", de 34 anos, como mestre-de-cerimónias da comitiva inglesa do que como médio-do-pé-de-ouro. Aos saltos desde que saiu do Real Madrid, Beckham (cromo n.º 190) dificilmente seria a estrela na África do Sul - não tinha sequer garantida a presença na equipa de Capello -, onde o inglês "apenas" coleccionaria o seu quarto e último Campeonato do Mundo.
Diplomata, o italiano Fabio Capello lamentou a pequena tragédia e seguiu em frente, agradecendo igualmente a Paul Scholes ("Tentámos convencê-lo a regressar, mas ele disse não. Prefere ficar com a família. Tentámos", disse Capello) a entrega em anteriores Mundiais. Com a boca aberta ficou Theo Walcott (n.º 196), cujo nome caiu no último desbaste da convocatória inglesa. O jovem de 21 anos tinha sido responsável, por exemplo, por um memorável hat-trick contra a Croácia, na qualificação para o Mundial.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
terça-feira, 8 de junho de 2010
Chamem a Polícia
A FIFA e a Associação Europeia para a Segurança e Integridade no Desporto (ESSA), entidade que junta as principais empresas de apostas online, assinaram um acordo para proteger do jogo ilegal os encontros do Mundial 2010, em futebol.
“De acordo com os termos do acordo, a ESSA vai juntar-se à FIFA na identificação de todas as tentativas de manipulação de jogos através do seu sistema de alertas, uma plataforma dedicada à vigilância e acompanhamento de apostas suspeitas”, anunciou ontem a ESSA em comunicado.
O sistema de alertas da FIFA é gerido por uma subsidiária do organismo responsável pelo futebol mundial, a Early Warning System (EWS).
As duas entidades já tinham subscrito um acordo semelhante durante o Mundial de futebol na Alemanha, em 2006, não tendo sido detectada então qualquer irregularidade nas apostas ou manipulação de resultados.
“Desde que os nossos sistemas de alerta precoce foram aplicados no Mundial de 2006, na Alemanha, a FIFA tem feito grandes progressos na luta contra as tentativas de manipular o resultado dos jogos de futebol (...). Consideramos que a parceria para o Mundial 2010, que arranca no sábado na África do Sul, é importante para manter o excelente resultado na luta contra a corrupção”, afirmou o chefe de estratégia da EWS, Wolfgang Feldner.
“De acordo com os termos do acordo, a ESSA vai juntar-se à FIFA na identificação de todas as tentativas de manipulação de jogos através do seu sistema de alertas, uma plataforma dedicada à vigilância e acompanhamento de apostas suspeitas”, anunciou ontem a ESSA em comunicado.
O sistema de alertas da FIFA é gerido por uma subsidiária do organismo responsável pelo futebol mundial, a Early Warning System (EWS).
As duas entidades já tinham subscrito um acordo semelhante durante o Mundial de futebol na Alemanha, em 2006, não tendo sido detectada então qualquer irregularidade nas apostas ou manipulação de resultados.
“Desde que os nossos sistemas de alerta precoce foram aplicados no Mundial de 2006, na Alemanha, a FIFA tem feito grandes progressos na luta contra as tentativas de manipular o resultado dos jogos de futebol (...). Consideramos que a parceria para o Mundial 2010, que arranca no sábado na África do Sul, é importante para manter o excelente resultado na luta contra a corrupção”, afirmou o chefe de estratégia da EWS, Wolfgang Feldner.
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